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quarta-feira, 3 de junho de 2015

20150603

Análise Sinótica de 03.06.2015, às 00Z.

Análise por:
Leandro Rocha
Lucas Paiva


Figura 1: Imagem de satélite (canal do vapor d'água | GOES13). A ZCIT é indicada pelas linhas verdes, o JST pelas vermelhas, o JPN pelas laranjas e o JPS pelas amarelas. (Fonte: CPTEC)

A imagem de satélite indica a ZCIT localizada sobre o Atlântico Norte, com orientação WSW-ENE e bastante umidade associada. Sobre o Pacífico, ela é visível apenas próxima ao continente. Veremos posteriormente que a presença de um furacão na região desorganiza a convergência de umidade. É possível notar o JST em torno de 30ºS no Pacífico e um segundo núcleo que se estende do Mato Grosso do Sul, passando por São Paulo, Oceano Atlântico afora. O ramo norte do Jato Polar, mais ao sul, percorre uma trajetória similar no Pacífico, mas apresenta um núcleo menor no Atlântico. Já o ramo sul percorre mais latitudes ao sul, cruzando o Chile e a Argentina, apresentando também um pequeno núcleo no Atlântico Sul.

Figura 2: Carta sinótica em 250 hPa. Jatos de altos níveis identificados pelas cores: vermelha (JST), laranja (JPN) e amarelo (JPS). (Fonte: MASTER-IAG)

Em altos níveis, notam-se núcleos mais intensos dos jatos localizados em 35°S, de 120°W a 95ºW e em 50°S, entre 10°W e 0°. Há uma circulação de alta no Hemisfério Norte, em 8°N e 35°W; três zonas de alta pressão no Hemisfério Sul, em (-56°,-103°), (-10°,-100°) e (-3°,-90°). É importante notar a presença do cavado que se inicia sobre o Atlântico sul, estendendo-se até o Norte da Argentina. 

A imagem a seguir (Figura 3) ilustra um corte vertical na longitude de 114°W. A presença de núcleos de velocidade do vento entre 300 hPa e 200 hPa corroboram a passagem dos jatos da Figura 2 (O JPS não aparece nesta figura 3).

Figura 3: Corte vertical da temperatura potencial (K) em 114°W, entre as latitudes 70°S w 10°S. Sombreamento indica intervalos de theta; isolinhas brancas, pontos médios dos intervalos; isolinhas pretas, magnitude do vento (m/s) (Fonte: MASTER-IAG)


Figura 4: Carta sinótica no nível de 500 hPa. JPN em laranja e JPS em amarelo. (Fonte: MASTER-IAG).

Há diversos centros de alta pressão no Hemisfério Sul, principalmente em altas latitudes. O cavado localizado em altos níveis mantém uma assinatura sobre a região Sudeste do Brasil. Notam-se também duas baixas na latitude de 45°S, associados a sistemas de baixa pressão em baixos níveis. A partir desse nível, observa-se uma baixa no Hemisfério Norte, associada a um furacão (nomeado Blanca pela NOAA) (4), mostrando ser um sistema altamente barotrópico e em 250hPa está associado a uma região de divergência

Figura 5: Carta sinótica no nível de 850 hPa. (Fonte: MASTER-IAG).

Em 850 hPa (Figura 5), é possível visualizar uma região de alta pressão no continente dividida em dois centros localizados em 45ºW – 27ºS e 55ºW – 17ºS. Também nota-se um sinal da ASAS e da ASPS. Além disso, há três regiões de baixa pressão no hemisfério sul (115ºW – 45ºS, 80ºW – 50ºS, 20ºW – 40ºS) e uma área de baixa pressão no hemisfério norte (105ºW – 13ºN) associada ao furacão Blanca. Nota-se também a Alta no sul do oceano Pacífico com centro em 95oW - 60oS.

Figura 6: Carta sinótica superficial. Em médias latitudes, aparecem as altas semipermanentes ASPS e ASAS. A ZCIT está assinalada em verde. (Fonte: MASTER-IAG)

Na carta sinótica de superfície (PRNM), a ZCIT encontra-se bem definida no oceano Atlântico com orientação sudoeste – nordeste, já no Pacífico está bem definida apenas próximo à costa da América do Sul. A ASAS não tem centro bem definido mas localiza-se na região de 5ºW, 30ºS, já a ASPS está centrada em 85ºW, 25ºS. Há presença de regiões fechadas de baixa pressão próximo da latitude 45ºS com um ciclone extratropical em 25ºW e uma baixa já em oclusão próximo à costa do Chile. Vale destacar também a presença de duas regiões de baixa pressão no Pacífico Leste, no hemisfério norte, uma delas associada ao furacão Blanca. E a alta pressão no Pacífico Sul, também vista nos 3 níveis superiores.

Figura 7: Divergência de umidade em 1000 hPa. (Fonte: Aulamaster)

Figura 8: Acumulado de precipitação em 24h (Fonte: ogimet.com)

Nesta imagem, observam-se os acumulados de precipitação nas últimas 24 horas, com chuvas em parte da região Centro-Oeste e Sudeste possivelmente devido a essa região estar localizada corrente abaixo do cavado em 500hPa. No Nordeste a chuva aconteceu em virtude da convergência de umidade no litoral (Figura 7), e na região Norte pelo calor e umidade presentes na área.

Figura 9: Campos de vorticidade absoluta e pressão reduzida ao nível médio do mar (PRNM) (Fonte: Aulamaster).

A figura acima mostra dois campos sobrepostos, de pressão reduzida ao nível médio do mar e vorticidade em 1000hPa. É possível notar dois centros de baixa pressão e com vorticidade positiva (ciclônica no hemisfério norte), associada à tempestade tropical Andres e ao furacão Blanca. Vale salientar que os furacões Andres (agora já rebaixado à tempestade tropical) e Blanca foram, em toda a história, os furacões que mais cedo ocorreram em uma temporada de furacão do pacífico Leste.




Referências:

(1) Imagem de satélite: http://satelite.cptec.inpe.br/acervo/goes.formulario.logi

(2) Modelo de Previsão Global - MASTER-IAG:  http://www.masterantiga.iag.usp.br/ind.php?inic=00&prod=previsao_glob

(3) Produto Aulamaster - MASTER-IAG

(4) NOAA: http://www.nhc.noaa.gov/aboutnames.shtml

(5) http://www.ogimet.com

:)

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